domingo, 29 de janeiro de 2012

Cintilante

Aquela sensação de novo. As minhas unhas pedindo para serem comidas, como se me adiantasse de algo.
A minha respiração está alterada, nem sei se mais lenta, ou rápida. Meus dentes, se batendo sem direção já estão
quase virando música para meus ouvidos. Posso ouvir a brisa também, bem de fundo.
É a melhor sensação do mundo. Óbvio que nem se compara com aquela liberdade idealizada que todos pensam que tem.
É exatamente o contrário, é o controle. O controle de mim, como se eu pudesse recorrer ao botão de mudo ou avanço a hora que eu quiser.
Eu estou no controle, e isso nem me assusta mais. Eu estou no comando, e sei o que fazer! Sei o que eu quero.
As árvores estão balançando lá fora, a noite está escura, e eu não estou com medo. Eu estou bem.
Os barulhos estranhos, as portas se mexendo com o passar das horas não me encomodam, eu posso sentir, eu posso sentir o meu equilíbrio.
Gente, mas eu estou até sem meu cobertor! Ele está jogado ali no canto, protegendo o nada agora.
Afinal, eu me protejo, e muito bem por sinal. Liberdade não tem nada a ver com liberdade, tem a ver com independência.
Luz não tem nada a ver com energia, e sim com iluminação. Isso, iluminada! É o que está acontecendo agora, eu estou brilhando,
naquele cintilante bem forte!
Eu sou todas aquelas cores misturadas lá fora, eu sou o centro. Eu sou o que eu posso. Eu e meu paradeiro, o que me faz seguir:
Meu sonho: Aquele que acabei de deixar atravessar a minha cortina.

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