segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Ah, droga! Cresci.










Ai, que madrugada fria. Estranho, me parecia estar tão quente enquanto todos estavam acordados. Talvez seja minha imaginação.
Nossa, mas quantos barulhos esquisitos. Parecia tudo estar tão quieto antes de eu vir me deitar. Que noite diferente! Onde está aquele gato que mia todos os dias em minha janela impedindo-me de dormir? Onde estarão os grilos que me ensurdeciam?
Ah, droga! Cadê o MEU bicho papão? Que me assombra sempre que tento dormir tranquila. Tenho a leve sensação de que o meu bicho papão
se foi, e não voltará mais. Mas e agora? Ele levou o meu medo junto. Quem me fará companhia?
Minhas bonecas não me servem mais, elas dormem o tempo todo. Uso o sono que nem existe como desculpa para não me sentir culpada por deixá-las de lado.
Não sei o porquê, mas perdi a vontade de fazê-las ninar. Me parece inútil agora. Por que não me comporto bem e espero pelo natal?
Cadê a minha ansiedade e vontade de aguardar o papai noel? Será que estou me perdendo aos poucos?
É engraçado, porque dentro de mim, eu pareço estar me encontrando realmente agora. Isso não faz sentido. Estão me levando de mim mesma?
Ou estão me levando a mim mesma? Já não sei nem mais onde estou. Por sorte não me sinto perdida.
O que será que está indo embora junto com o meu bicho-papão? Será a minha inocência? A minha pureza? Ou será que estou enlouquecendo?
Não quero mais o meu ursinho ao meu lado. Será que é porque ele está velho ou sujo? Não, já teria percebido antes se fosse isso.
Ah, sim! Meu livro de história. Não o leio a semanas, o que será que houve? Terei rasgado alguma página sem querer e por isso não leio mais? Não. Mamãe teria gritado comigo. Faz tempo que não assisto meus desenhos animados. Será que ainda passam? Acho que sim.
Eu que tenho acordado mais tarde...Estranho também, porque eu ainda durmo no mesmo horário. Ou melhor, me deito no mesmo horário.
O que é que anda acontecendo comigo? Talvez não seja o meu bicho-papão que tenha sumido, talvez eu que tenha esquecido dele.
Perdoe-me, não foi por mal. Ele me faz falta. Sinto falta do meu medo de dormir e precisar da mão da mamãe.
Onde eu estou? Não é possível que eu esteja no mesmo lugar... Aqui nem tem monstros embaixo da minha cama.
Preciso esclarecer ideias. Estou tendo muitas dúvidas, isso também é estranho. Muitas perguntas e poucas respostas.
Acho que acabo de chegar a algum lugar. Tem muitas pessoas! Ai, estou de mau humor. Que saco..Parece que hoje todos querem me irritar.
Difícil se manter são neste lugar. Mas pelo menos agora descobri onde estou.
Todas aquelas perguntas foram rápidas, pensamentos ágeis. Estive em um túnel, uma passagem... Lembro-me pouco, mas sei que era escuro.
Estava passando pra cá. Espero que aqui haja menos dúvidas e mais sossego. Apesar de não parecer.
Oi Adolescência! (:                                        

Afogando-se no Provável Ideal

Logo que eu começo a pensar aquele monte de besteiras, eu corro até o meu quarto e abro meu guarda-roupa depressa.
Meu olhos até brilham ao encontrá-lo, posso imaginá-lo encostado no meu corpo, me auxiliando, me ajudando...
Passando por tudo que será cansativo e complicado, comigo. Eu posso ver, através dele, o que está por vir.
O meu sonho, o meu futuro. Posso ouvir meus pés correndo, quase furando o chão, à caminho de curar.
Aquele salto baixo, fazendo um barulho extremo, apressando-me. Eu até me vejo, colocando as luvas, cronometrando o tempo.
Toda aquela exaustidão sumindo, aquele cansaço desaparecendo, e eu me alimentando. Me alimentando de prestar socorro.
De repente eu sinto, toda essa energia me tomando, toda essa adrenalina a mil...Eu até deixo de me preocupar comigo mesma.
Não importa como eu estou, dá pra entender? É tudo muito maior, é tudo muito mais real quando eu estou ali, de pé.
Oscilando e fibrilando quase que junto a eles.
E olha que, por enquanto, só estou à frente do meu guarda-roupa.



sábado, 4 de fevereiro de 2012

Unimultiplicidade


Há sinos tocando agora. Como no dia em que ela veio.
Toda a sensibilidade estava nascendo, ali. O seu choro era quase poesia.
O abrir dos seus olhos fazia tudo parar, os barulhos eram agradáveis e os leves movimentos de suas mãozinhas e pezinhos regiam uma sinfonia.
Quase escrevera uma orquestra.
A força foi dominando-a com o passar do tempo. Suas primeiras palavras se tornando doces, seu andar desengonçado rogava independência.
Pequenina, feito um botão. Olhos grandes, traços fortes. Ela acabara de cantar seu primeiro ano de vida.
Agora já uma flor, linda, sedosa. Cresceu, cambaleando pela vida, rindo à toa. Tornou-se inteligente, mas não por falta de opção. Trabalhou.
Ainda flutuando naquela liberdade sensível, amou. Se entregou, se magoou. Mas ganhou, ganhou vivência, experiência.
Gerou e regenerou. Família, era seu sonho. Correu, parou, ficou, estacionou, acolheu, criou. Fez tudo bem feito.
Foi depressa, foi devagar, foi no tempo certo. Foi na doçura, na ternura, na amargura. Foi o homem, foi a mulher, foi o pai, foi a mãe.
Foi ela. É ela. É a eterna, é a Rainha, ela é o golfinho, ela é a toninha.
Ela é minha, ela do mundo, ela está na frente, ou está no fundo. Ela está lá.
Ela é a família, ela é amiga, ela é o meu choro, o meu pranto. Ela me deu vida, ela me deu a mão, ela faz bater meu coração.
Ela é a pequena menina, ela é a grande mulher.
Temos tudo em nada em comum, inclusive a primeira palavra que dissemos: Mãe.

PARABÉNS, EU TE AMO.

domingo, 29 de janeiro de 2012

Cintilante

Aquela sensação de novo. As minhas unhas pedindo para serem comidas, como se me adiantasse de algo.
A minha respiração está alterada, nem sei se mais lenta, ou rápida. Meus dentes, se batendo sem direção já estão
quase virando música para meus ouvidos. Posso ouvir a brisa também, bem de fundo.
É a melhor sensação do mundo. Óbvio que nem se compara com aquela liberdade idealizada que todos pensam que tem.
É exatamente o contrário, é o controle. O controle de mim, como se eu pudesse recorrer ao botão de mudo ou avanço a hora que eu quiser.
Eu estou no controle, e isso nem me assusta mais. Eu estou no comando, e sei o que fazer! Sei o que eu quero.
As árvores estão balançando lá fora, a noite está escura, e eu não estou com medo. Eu estou bem.
Os barulhos estranhos, as portas se mexendo com o passar das horas não me encomodam, eu posso sentir, eu posso sentir o meu equilíbrio.
Gente, mas eu estou até sem meu cobertor! Ele está jogado ali no canto, protegendo o nada agora.
Afinal, eu me protejo, e muito bem por sinal. Liberdade não tem nada a ver com liberdade, tem a ver com independência.
Luz não tem nada a ver com energia, e sim com iluminação. Isso, iluminada! É o que está acontecendo agora, eu estou brilhando,
naquele cintilante bem forte!
Eu sou todas aquelas cores misturadas lá fora, eu sou o centro. Eu sou o que eu posso. Eu e meu paradeiro, o que me faz seguir:
Meu sonho: Aquele que acabei de deixar atravessar a minha cortina.

domingo, 7 de agosto de 2011

O texto.




Acordo cedo e penso: se não fizer por merecer, não merecerei.
confusa eu, não? ah, é bem dificil encontrar motivos para levantar da minha cama, todos os dias, e sorrir. Só sorrir.
O engraçado que é a gente acorda pensando em sorrir e dorme pensando em chorar. Pelo menos eu sou assim.
Eu não sei se o problema é esse, mas eu não sei lidar com fins, pontos finais. Talvez por isso o fim do dia me soe tão triste,
é fim. E o fim nunca é bom.
24 horas são-me poucas para pensar. Preciso pensar mais, correr mais, suar mais. Preciso de mais. Demais.
Minhas palavras saem num piscar de olhos, num espirro de idéias, que acaba rápido.
Aí vem aquela nostalgia: Minhas palavras acabaram, tenho muito a dizer e pouco a oferecer.
Não espero que o que eu escrevo toque o coração de alguém. O que eu escrevo toca o meu coração. Minhas palavras, ainda que meio trêmulas,
são muito, muito valiosas.
Sensibilidade mórbida não é comigo. Às vezes eu só queria mesmo me desandar a falar um monte de besteiras e palavras sem sentido.
Ah, concerteza eu me daria bem nisso. Mas não ter sentido parece mais difícil ainda de escrever, não acha?
Como tentar escrever, expressar, explicar, algo que nem eu mesma entendo?
Esses dias peguei-me revirando o pãssado. Doloroso.
Lembrei de um amor tão antigo, tão esquecido. O meu passado é como um armário velho, guardado no sótão.
Nesse armário há muitas lembranças boas, risadas, carinhos, natais. Família.
Mas esse amor , já tão embolorado, está lá no fundo. Debaixo do pó, muito pó.
Esse amor, é como um anel..Aquele que você não vive sem durante alguns meses. Depois esquece um dia, depois uma semana...
Até se acostumar sem ele.
E durante um longo tempo você sente falta, procura e não acha. Depois, como tudo na vida, você se esquece.
Até que que um dia, você arruma seu guarda roupa para retirar o que já não lhe interessa, você o encontra.
Abre aquela caixinha tão esbranquiçada e sorri. Sorri com lágrimas nos olhos. Na noite seguinte,
você até pensa em tentar colocá-lo, forçá-lo. Mas não adianta, ele não pertence mais a você, não lhe cabe. Te sufoca, prende-te o sangue.
Aquele anel, que já foste tão valioso, já não lhe serve mais. Está torto e extremamente pequeno diante de você, do que você se tornou.
E ainda assim, você sorri. Com certeza um sorriso triunfante.

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Cale-se diante de mim.




O problema sou sempre eu! Eu me apego demais, eu amo demais, eu me importo demais, eu me preocupo demais e , consequentemente, 
eu me machuco demais. 
Eu já tentei entender TUDO, já perdoei...Na verdade, pra ser sincera mesmo, nunca me senti valorizada.
O ato mais difícil do mundo é o de perdoar, requer humildade, sabedoria. Eu perdoo, mas não por obrigação, por necessidade, 
por mais que eu esteja dolorida, magoada, eu não sei guardar isso dentro de mim. Infelizmente, não existe uma seção no meu 
sibsconsciente " pessoas que merecem o meu ódio " . 
Eu sei que a raiva machuca, o ódio machuca, a vingança machuca..Mas o meu desprezo, ah, esse mata. Destrói.
Meu silêncio é profundo, é insuportável, é desprezível. Quando eu me calo, significa que o meu coração está fechado, celado.
Eu passo horas trancada dentro de mim mesma, mergulhada nos meus pensamentos.
Esperneio quietamente, me destruo com meu próprio olhar no espelho. Eu choro, sempre. Mas eu não me calo.
Quando a gente se omite, a gente se torna invisível, sem desejos, sem vontades, sem atitudes.
Só pergunte a minha opinião se realmente quiser a verdade, não minto para ser simpática, nem pra parecer sensível.
A minha sensibilidade não diz respeito a ninguém, nem meu caráter, nem nada. 
Sou ilimitada, portanto não menospreze a minha capacidade de lhe fazer mal.


Um eterno recomeço.



Me disseram que a impaciência é um dos meus piores defeitos. E eu educadamente, respondi: Obrigada.
Não é que eu me orgulhe do meu defeito, de maneira nenhuma. É que eu não o considero assim.
Não gosto da ideia de sentar à beira da estrada e esperar a minha vida passar. Não quero disperdiçar sequer um minuto.
Mesmo que seja um minuto de choro, de dor. Se aconteceu, é pra ser vivido! E ponto.
Não fujo do meu destino, até porque, eu acredito muito nele. Sou impaciente mesmo, quero viver, tenho sede de vida..
Quero amar, sofrer, gritar, cair, levantar..E no fim, se é que ele realmente existe, recomeçar.
A última vez que me lembro de ter chorado, foi por uma tolice. Mas a última vez que fui destroçada, despedaçada..Ah, dessa
eu me lembro bem, as cicatrizes doem até hoje, no frio principalmente. Como uma ferida não muito bem cicatrizada.
No inverno, me reviro dentre os meus cobertores, pra doer menos. Para repuxar menos.
Odeio quando o passado volta, pra me machucar. E o pior, é que machuca.
Depois de decepções, aparecem pessoas novas, pessoas melhores, pessoas que te deixam bem, relações saudáveis.
Já amei incondicionalmente, já fui capaz de cometer loucuras e insanidades. Mas agora não..Agora eu amo quem me ama...
Agora eu quero que me quer, e hoje, eu descobri que essa é a tradução da minha felicidade.
Agora eu tenho quem aqueça o meu inverno, alguém que sussurra em meu ouvido um ' eu te amo '. Alguém que me faça dormir como um anjo.
Alguém que eu amo, inevitável e irrevogavelmente.