sábado, 4 de fevereiro de 2012

Unimultiplicidade


Há sinos tocando agora. Como no dia em que ela veio.
Toda a sensibilidade estava nascendo, ali. O seu choro era quase poesia.
O abrir dos seus olhos fazia tudo parar, os barulhos eram agradáveis e os leves movimentos de suas mãozinhas e pezinhos regiam uma sinfonia.
Quase escrevera uma orquestra.
A força foi dominando-a com o passar do tempo. Suas primeiras palavras se tornando doces, seu andar desengonçado rogava independência.
Pequenina, feito um botão. Olhos grandes, traços fortes. Ela acabara de cantar seu primeiro ano de vida.
Agora já uma flor, linda, sedosa. Cresceu, cambaleando pela vida, rindo à toa. Tornou-se inteligente, mas não por falta de opção. Trabalhou.
Ainda flutuando naquela liberdade sensível, amou. Se entregou, se magoou. Mas ganhou, ganhou vivência, experiência.
Gerou e regenerou. Família, era seu sonho. Correu, parou, ficou, estacionou, acolheu, criou. Fez tudo bem feito.
Foi depressa, foi devagar, foi no tempo certo. Foi na doçura, na ternura, na amargura. Foi o homem, foi a mulher, foi o pai, foi a mãe.
Foi ela. É ela. É a eterna, é a Rainha, ela é o golfinho, ela é a toninha.
Ela é minha, ela do mundo, ela está na frente, ou está no fundo. Ela está lá.
Ela é a família, ela é amiga, ela é o meu choro, o meu pranto. Ela me deu vida, ela me deu a mão, ela faz bater meu coração.
Ela é a pequena menina, ela é a grande mulher.
Temos tudo em nada em comum, inclusive a primeira palavra que dissemos: Mãe.

PARABÉNS, EU TE AMO.

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